NGS (Sequenciamento de nova geração) – Por que internalizar?
- 5 de julho de 2022
- Posted by: Ricardo
- Category: Oncologia
Trazer o NGS internamente reduz tempo de resposta e economiza recursos, ajudando na adoção de medidas clínicas antecipadas, pensando no bem-estar do paciente.
O número crescente de imunoterapias direcionadas em desenvolvimento levou à demanda de abordagens mais rápidas e precisas para perfilamento molecular. A capacidade do sequenciamento de nova geração (NGS) para atender a essa necessidade o posicionou como um facilitador chave para os tratamentos de câncer emergentes da indústria farmacêutica1.
O que começou como uma revolucionária ferramenta de pesquisa, há mais de uma década, surgiu como a plataforma de escolha para pesquisadores clínicos e médicos, procurando avançar a forma como eles compreendem as doenças dos pacientes e, mais importante, como tratá-los.
No câncer, o NGS pode revelar dados sobre a composição genética de um tumor, permitindo que os médicos combinem os pacientes com tratamentos direcionados. Tão recentemente como há dez anos, no entanto, o NGS estava apenas começando a sair de laboratórios de pesquisa básica e não totalmente pronto para uso clínico de rotina.
Para obter o resultado do NGS, os médicos tinham de abrir mão do controle e enviar amostras de tumor dos pacientes para análise em prestadores de serviços externos, um processo que leva semanas e pode ter falhas2. Hoje, qualquer laboratório ou hospital certificado pode realizar NGS, e muitos estão no processo de adotá-lo, para economizar tempo e custos valiosos, bem como para melhorar os resultados aos pacientes.
Pacientes e médicos se beneficiam
Internalizar o NGS pode ajudar na superação do problema fundamental – o longo período de espera pelos resultados, que é estressante tanto para o clínico solicitante quanto para o paciente. Tempos mais rápidos de retorno são críticos para decisões eficazes de tratamento do câncer, especialmente para pacientes em estágio avançado que não tem tempo de sobra.
Em uma pesquisa recente, 76 por cento dos oncologistas responderam que a melhora nos tempos de resposta diretamente levaria a uma melhor assistência ao paciente3. Enquanto exames realizados externamente podem levar até 20 dias4 ou mais para entregar resultados – e nesse ponto eles podem não ser mais válidos ou úteis – realizados internamente, o NGS pode produzir resultados com tempos menores, variando de um a seis dias com o advento de plataformas que apresentam um fluxo de trabalho rápido e automatizado5, 6.
Este caminho acelerado a dados clinicamente relevantes permite que os médicos selecionem mais rapidamente terapias direcionadas mais adequadas, levando a melhores desfechos clínicos.
Trazer testes de NGS internamente também apoia uma gestão mais acurada das amostras de pacientes e uma maior adesão aos protocolos de sequenciamento, reduz erros e garante que os dados genômicos permaneçam na instituição.
A retenção destas informações críticas protege a privacidade do paciente, ajuda a construir o banco de dados para estudos adicionais e aumenta o conhecimento institucional, que pode informar o tratamento para futuros pacientes com tumores similares, criando valor agregado intrínseco para os médicos.
Os pacientes também se beneficiam da colaboração mais forte que ocorre naturalmente entre patologistas e clínicos, quando o teste NGS é realizado internamente. O diálogo entre os oncologistas, patologistas moleculares e equipe multidisciplinar cria um ambiente único para o desenvolvimento profissional que, em última análise, leva a um melhor atendimento ao paciente, promove a pesquisa clínica do câncer e avança concretamente a promessa da medicina de precisão.
Com o aumento crescente da demanda por perfis moleculares, testes internos de NGS fazem sentido econômico para os laboratórios e hospitais locais.
Um estudo recente da University Hospitals Cleveland Medical Center7 com pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio avançado demonstrou como o NGS interno ajudou os médicos a identificar um conjunto de alvos de drogas acionáveis pela metade do tempo recomendado pelas diretrizes do National Comprehensive Cancer Network (NCCN) – sem custos adicionais para a instituição. Outro estudo5 liderado por uma equipe de pesquisadores clínicos do Heidelberg University Hospital descobriu que, em comparação com os testes sequenciais de um único gene, o NGS oferecia maior confiabilidade, menores taxas de abandono, requisitos mínimos de tecido, tempos de retorno mais rápido e menor custo.
Uma tendência crescente
Embora estudos recentes inquestionavelmente provem o valor da testagem interna de NGS, já estamos vendo exemplos reais dessa tendência globalmente, principalmente pelo menor custo de implementar o NGS e sua facilidade de uso.
Acesso aos testes NGS na fase clínica inicial foi limitada a grandes centros médicos acadêmicos, mas mais hospitais comunitários e agências governamentais de saúde estão mudando esse paradigma, como ocorrido no Veterans Affairs (VA) of Greater Los Angeles Health System, Sentara Health na Virginia, e Sonora Quest no Arizona8,entre outros.
A crescente demanda por perfilamento molecular, juntamente com a rápida maturação e acessibilidade da tecnologia de NGS e a disponibilidade de terapias direcionadas mais eficazes, está capacitando equipes de oncologistas e clínicos a aproveitarem uma oportunidade nunca antes vista no campo da medicina.
Por fim, esta era da oncologia de precisão continuará evoluindo à medida que a pesquisa clínica expandir o conhecimento da área e novos testes para análise interna sejam desenvolvidos. A expectativa é que este impulso para a frente continue ajudando a melhorar os resultados para os pacientes que mais precisam e fornecendo acesso à tecnologia que o habilita.
Artigo original publicado em 25 de abril de 2019. Acesse em: http://assets.thermofisher.com/TFS-Assets/BID/Reference-Materials/why-community-based-hospitals-are-bringing-next-generation-sequencing-in-house-article.pdf
*Apenas para uso em pesquisa. Não deve ser usado em procedimentos de diagnóstico.
Referências:
- Reddy S (2019) new cancer drugs aim to offer alternative to chemo. The Wall Street Journal February 27, 2019.
- Heeke S, Benzaquen J, Long-Mira E et al. (2019) Comparison of tumor mutational burden using the IonOncomine™ TML and FoundationOne™ assays with routine clinical FFPE tissue samples to predict durable clinical benefit in lung cancer and melanoma patients – a multivariate analysis integrating PD-L1 and CD8+ evaluation. Presented at 2019 AACR Annual Meeting.
- Menezes JS, Joy VE, Vora AA (2018) What can we learn from oncologists? A survey of molecular testing patterns. Thermo Fisher Scientific poster.
- Tumor mutation burden study shows viability of in-house testing. Press release, Thermo FisherScientific, April 1, 2019.
- Volckmar A, Leichsenring J, Kirchner M et al. (2019) Combined targeted DNA amd RNA sequencing ofadvanced NSCLC in routine molecular diagnostics: Analysis of the first 3,000 Heidelberg cases. Int J Cancer doi: 10.1002/ijc.32133.
- Ion Torrent Genexus System: Genexus Oncology – Next Generation Sequencing for Oncology – Thermo Fisher Scientific (oncomine.com)
- Miller TE, Yang M, Friedman JD et al. (2018) Clinical utility of reflex testing using focused next generation sequencing for management of patients with advanced lung adenocarcinoma. J Clin Pathol 71:1108-1115.
- VA Greater Los Angeles Healthcare System— VAGLAHS employs next-generation sequencing. losangeles.va.gov/LOSANGELES/features/Next_generation_Sequencing.asp